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28 janeiro 2013

{Resenha} O Nome do Vento




É difícil começar uma resenha de um livro que você tenha gostado muito, fico com receio de que minhas palavras não sejam o suficiente para descrever com exatidão tudo o que senti por ele, que de longe se tornou um dos meus favoritos.

O Nome do Vento - primeiro livro da trilogia A Crônica do Matador do Rei - foi uma maravilhosa surpresa para mim. O título atrativo a capa e sinopse instigantes me chamaram atenção há muito tempo, mas com seu infinito talento Patrick Rothfuss fez um livro que vai além de uma simples estória, ultrapassando os limites do papel e tocando fundo a alma do leitor, uma verdadeira obra prima.

Kvothe é uma lenda dos Quatro Cantos da Civilização todos o conhecem, mas sua estória já foi tão distorcida pelo povo que ninguém sabe qual delas é a real somente ele. Ao conhecer um Cronista, Kvothe vê a oportunidade de poder revelar a verdade sobre si.

“Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temem falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar. Vocês devem ter ouvido falar de mim." (pg. 58)

Ele cresceu com seus pais na trupe de artistas nômade chamada Edna Ruh (uma espécie de ciganos), um garoto curioso, extremamente inteligente e graças à vida que levava um grande conhecedor da arte. Sua vida muda com a chegada do sábio Abenthy à trupe, um Arcanista com o poder de nomear as coisas, Kvothe logo se torna seu aprendiz e como era de se esperar se mostra muito talentoso.

“Antes de começarmos, você precisa se lembrar que sou um Edena Ruh. Contávamos histórias antes do incêndio de Caluptena. Antes de haver livros em que se pudesse escrever. Antes de haver música para tocar. Quando a primeira fogueira crepitou, nós, os Ruh, já contávamos histórias no círculo de sua luz bruxuleante”. (Pg. 56)

Com a saída de Abenthy da trupe um tempo depois, o garoto tem de continuar a estudar sozinho, mas em uma noite seus pais cantam uma canção sobre o Chandriano - um antigo demônio –, resultando na morte de todos pelo próprio demônio, o único sobrevivente é o pequeno Kvothe.

Ele se vê obrigado a se virar sozinho, sem dinheiro, sem nada nem ninguém para protegê-lo além de sua esperteza, e com a sede de vingança ao demônio que dizimou sua família. Kvothe sofre muito nas ruas em uma sociedade violenta, sem piedade aos desfavorecidos, e é somente por sua sagacidade e inteligência que ele sobrevive.

Sua única esperança era entrar na Universidade e estudar para se tornar um Arcanista, lá poderia mudar sua vida, mas a trajetória que ele terá de percorrer é árdua e ao conseguir os sofrimentos continuam. Ele tem de lidar com nobres mesquinhos, a falta de dinheiro, professores excêntricos, os amores e desamores além de todos os mistérios e perigos que ficam a espreita, e sem nunca se esquecer de sua vingança.

Os personagens são únicos e de uma personalidade tão maciça que os tornam reais, humanos. Ri com Simon e Wilem, e quis matar Ambrose, as personagens femininas são outro espetáculo à parte algumas meigas como Auri, ou espertas e determinadas como Denna.

Kvothe em especial é complexo, doce, hipnotizante, durante toda a leitura e até mesmo depois imaginava como seria o brilho de seu cabelo ruivo flamejante e seus olhos verdes profundos, ele carrega as marcas de um passado difícil e um presente nada fácil, feito de mistério e bravura um verdadeiro herói e artista, sua música emocionava a todos. Kvothe tem a essência de um guerreiro que não mede esforços em defender aquilo que acredita, mas também tem medos e um humor delicioso e inteligente.

“As pessoas devem ficar perturbadas com seu cabelo. É tão luminoso! É muito... perturbador. E o seu rosto é realmente expressivo. Você sempre o controla, até mesmo o jeito de seus olhos se portarem. Mas não a cor.” (pg. 550)

O mundo criado por Patrick Rothfuss é intenso, repleto de fantasia, filosófico, bem estruturado e maravilhoso... Estou apaixonada pelos Quatro Cantos da Civilização, mais um cenário que vai viver sempre nos meus sonhos. Patrick criou um mundo novo, único e inigualável, em muitos aspectos parecido com o nosso, como a crueldade humana e a dificuldade em ser pobre. O livro tem a dosagem exata para ser ótimo, mas vai além e se torna impecável com um ingrediente secreto que faz com que a leitura seja fácil e descritiva ao mesmo tempo, se tornando clara como um filme.

Recomendo para todos, e se é fã de literatura fantástica é um livro obrigatório. Você vai termina-lo com o mesmo sentimento avassalador de puro amor como eu terminei, um livro completo, sem brechas, imperdível!


Classificação:
Ótimo

O Nome do Vento - Patrick Rothfuss 
Editora: Sextante
ISBN: 9788599296493
Ano: 2009
Páginas: 656
Skoob: Aqui

4 comentários:

  1. Quero ler esse livro a muiiiiiiito tempo, o problema é o preço. Preciso de uma promoçãozinha para comprá-lo, haha! Sua resenha ficou maravilhosa.

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    1. Recomendo demais ele, um dos meus favoritos! Obrigada, fico feliz que tenha gostado :)

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  2. Ganhei esse livro de natal, mas ainda não tive a oportunidade de lê-lo. Estou muuuito curiosa, já que até hoje só li críticas positivas *u*
    Ótima resenha, e o layout do blog está liiiiindo! *----*

    Beeeeeeeeijinhos e uma ótima semana! :*
    www.linguadoslivros.blogspot.com

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    1. Tenho certeza que você vai amar, sempre tive muita vontade de ler e quando pude me arrependi de não ter lido antes :) Muuuuito obrigada Rafa *-*

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